De todos os segmentos da indústria no Brasil, um dos mais promissores em termos de conhecimento, evolução e intercessão com as tecnologias de ponta do mundo inteiro é o das empresas de usinagem.

Tal como os demais setores da indústria primária e secundária, a usinagem se divide em vários nichos menores.

Atualmente, essa divisão diz respeito não apenas à variedade de produtos/serviços que giram em torno dela, mas à ampla gama de novidades tecnológicas que podem atingi-la direta ou indiretamente.

Conhecendo o maquinário

Quando se fala em produtos/serviços da área, o que se quer dizer, naturalmente, é que existem empresas especializadas na manufatura das máquinas principais do setor, ou em prestar serviços de manutenção com foco no mesmo maquinário.

O maquinário tradicional do setor inclui, basicamente, os seguintes equipamentos:

• Fresadoras CNC horizontais;
• Fresadoras CNC verticais;
• Mandriladoras-fresadoras;
• Furadeiras-fresadoras;
• Torno CNC e router CNC;
• Máquinas de furação;
• Máquinas de rosquear;
• Máquinas de transfer;
• Brochadeiras, etc.

Em termos tecnológicos, um torno de bancada continua tendo suas funções antigas. O que ocorre é que um torno mais moderno traz vantagens que os demais não tinham.

E tais vantagens vão além da melhoria em termos de produtividade. É claro que a precisão das máquinas e o resultado final dos produtos também melhoram, mas o avanço é mais ousado do que isso.

De fato, o que mais impressiona são as tecnologias das máquinas em relação à intercomunicação de todos os equipamentos da unidade fabril, e a prossecução em termos produtivos, conforme ficará claro adiante.

A revolução da impressão 3D

É possível abordar os avanços da indústria de usinagem pelo próprio termo CNC, já referido acima. Do inglês “Computer Numeric Control”, o Controle Numérico Computadorizado nada mais é que o primeiro passo dado nesse avanço.

Tendo sido inventado nos EUA antes ainda da década de 1950, por meio do controle de fitas perfuradas, foi com o advento da informática e dos computadores que ele atingiu sua maior curva de crescimento.

Hoje, os avanços não param de crescer. Um dos grandes envolvimentos da atualidade é na manufatura 3D. Trata-se de máquinas que “imprimem” uma peça de usinagem, em um processo feito inteiramente pelo computador.

No mundo inteiro, grandes empresas estão investindo pesadamente nisso. Essas máquinas podem imprimir várias peças e partes de maquinários. Não se trata apenas da manufatura de uma chapa de ferro, ela tem a capacidade de projetar e criar uma peça tridimensional.

Para efeito de ilustração, até mesmo setores da medicina estão migrando para essa tecnologia, e já existem casos de demanda pela “impressão” de ossos do corpo humano, por exemplo, voltados para fisioterapias e afins.

O avanço da Inteligência Artificial

De fato, o modo de fazer as coisas, assim como o método de design e afins, está mudando significativamente.

Outra grande revolução, além do CNC e da Impressão 3D, é a da Inteligência Artificial. Ao contrário do simples controle feito pelo computador, agora a ideia é que esses dispositivos sejam capazes de “pensar” e “criar” coisas por conta própria.

Assim, os computadores fornecerão milhares de designs possíveis baseados em parâmetros de projeto. E tais atividades ocorrerão exatamente como se uma equipe formada por pessoas estivesse pensando e criando.

A tarefa do engenheiro será avaliar milhares de projetos possíveis e selecionar o melhor para o aplicativo. Uma das primeiras interações de design vistas no mundo foi voltada para uma estrutura de motocicletas.

Tratava-se de um teste controlado. O design resultante levava em conta todos os fatores biológicos que precisam ser levados quando se desenha um projeto assim, desde as partes e fragilidade do corpo humano até a aerodinâmica da moto.

O campo de serviços e manufatura

Ao contrário do que muitos pensam, o avanço da tecnologia não anda na contramão dos serviços e manufaturas. De fato, a tendência é que os
serviços de usinagem de peças cresçam em termos de demanda e importância.

Há muitas maneiras de implementar isso. A principal delas é a terceirização e a locação de equipamentos, que jamais acabarão, pois suas vantagens permanecem independentemente da tecnologia atual.

Um exemplo clássico disso é o seguinte: em uma oficina de trabalho, um dos principais custos está em ferramentas perecíveis, como brocas, fresas e pastilhas de metal. Essas peças precisam ter manutenção ou mesmo serem trocadas constantemente.

Assim, ao usinar alguns materiais, como o alumínio, uma broca pode fazer cerca de 14.000 furos. Sendo que a mesma broca, em um material mais resistente como o níquel ou cromo, não faz mais que uma centena de furos.

Nesse último caso, a demanda por serviços será enorme. Tudo isso aumenta a demanda por manufatura humana, equilibrando a relação homem-máquina.