As etapas de produção na indústria são responsáveis pela geração e descarte de elementos químicos, que se não tratados corretamente, podem prejudicar o meio ambiente, contaminando o solo, rios, lagos, lençóis freáticos e, até mesmo, trazendo malefícios para os seres humanos.
Por esse motivo, é necessário que os resíduos passem pela análise de efluentes químicos, que nada mais é que a avaliação, verificação e estudo das substâncias geradas durante a produção industrial.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), o Brasil produz cerca de 33 milhões de toneladas de resíduos industriais por ano.
Do total, somente 25% é tratado da maneira correta. O lançamento inadequado de efluentes industriais nos corpos receptores é uma das principais causas de contaminação dos recursos naturais.
Portanto, é necessário ampliar a conscientização sobre o tema, pois a análise e tratamento de efluentes químicos são métodos extremamente eficientes, que promovem o desenvolvimento sustentável e ajudam na preservação ambiental.
A análise de efluentes químicos e industriais segue uma série de legislações e normas, de âmbito federal, estadual e municipal. Entre elas, destacam-se as Resoluções nº 430/2011 e nº 396/2008 , do Conselho Nacional Do Meio Ambiente (CONAMA), que versa especificamente sobre as corretas maneiras de destinação e tratamento dos resíduos industriais.
No Estado de São Paulo, outra legislação que merece atenção é o Decreto no 8.468, da Companhia Ambiental Do Estado De São Paulo (CETESB).
Principais efluentes químicos gerados pelas indústrias
A indústria gera uma série de resíduos químicos potencialmente nocivos ao ecossistema e à saúde humana. Alguns deles, se não tratados corretamente, podem agredir o meio ambiente e, ainda, serem responsáveis por acarretar doenças perigosas. O cloreto de benzalcônio está entre um dos principais efluentes produzidos na indústria.
O cloreto é popularmente conhecido como um germinicida com ação antisséptica, usado no combate contra fungos e bactérias que podem se alojar em machucados.
Sua presença é comum nas indústrias farmacêuticas e médicas, pois ele é usado como composto para desinfecção e limpeza de pele, esterilização de instrumentos e produção de medicamentos, como o cetoconazol (para o tratamento de fungos).
Além disso, o cloreto de benzalcônio também é encontrado em:
- Descongestionantes nasais;
- Conservante de alimentos;
- Cultivo de pêssego (agricultura);
- Espermicidas.
Ainda no ramo dos medicamentos, o cetoprofeno também está presente em grande parte da análise de efluentes químicos das indústrias farmacêuticas.
O composto está inserido na classe dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINE), com efeitos analgésico, anti-inflamatório e anti-reumático. Assim, ele é indicado para medicamentos analgésicos para tensões musculares, artrites, lombargias e entre outros acometimentos.
Os antibióticos também devem ser tratados durante a análise de efluentes, como é o caso da cefalexina. Ela é indicada para infecção por bactérias em casos de sinusites, otite média, infecções da pele e tecidos moles, infecções ósseas e dentárias, e até mesmo, infecções no trato urinário.
Por fim, outro composto residual comum nas indústrias é o cocoamidopropil betaína, um tensoativo secundário, aplicado em xampus, condicionadores e máscaras capilares.
A substância tem sinergia com demais elementos tensoativos, como por exemplo, o Lauril Éter Sulfato de Sódio e Ácido Sulfônico. O seu uso em cosméticos é justificado porque ele reduz a irritação da pele e das membranas mucosa.
Métodos de tratamento de substâncias químicas
Além dos compostos mencionados acima, há uma série de substâncias que são geradas durante os processos industriais e fabricação de medicamentos.
Sendo assim, é importante que a análise de efluentes seja minuciosa, levando em consideração todas as condições residuais e as possíveis soluções de tratamento.
Sendo assim, a primeira etapa é realizar a coleta da amostragem para avaliação. Ela consiste na geração de um relatório analítico, que trará todas as especificações sobre a solução, incluindo a quantidade de substâncias e quais compostos estão presentes na água.
Após esse processo, é feita a análise de dados, por meios físicos, químicos, eletroquímicos ou por cromatografia.
Somente após esses procedimentos, o tratamento de efluentes é realizado. Dependendo do tipo de substância presente na água, é recomendável a realização de um método ou outro de tratamento, daí a importância de uma análise completa e cuidadosa.
Fora as recomendações legislativas, os processos de análise de efluentes e tratamento residual também deve seguir algumas normas técnicas, que recomendam as formas corretas de realizar as atividades. Em especial, encontram-se as normativas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).